A Baixa Pombalina
POLÍTICA, O DÉSPOTA ESCLARECIDO E A RECONSTRUÇÃO DA CIDADE
Lisboa, 1 de novembro de 1755, 11h da manhã. Um sismo de grande magnitude destrói a parte baixa da cidade. Tamanha tragédia revela-se oportunidade de ouro para modernizar a urbe, capital europeia marcada ainda por uma malha urbana medieval, incompatível com os anseios de afirmação de um sistema político e económico moderno.
Que princípios nortearam a edificação dessa cidade nova? Porque revolucionou esta o panorama urbano português? Foi inovadora na Europa de setecentos?Correspondeu a um plano de elaboração minuciosa? Que balanço fazer da sua concretização prática? Que protagonismo assume na Lisboa de hoje?
O percurso...
A axialidade da composição obriga a iniciar a visita no topo norte do Rossio, fazendo do eixo principal da Rua Augusta o elo estruturador do percurso. Espreita-se a Praça da Figueira, com a estátua de D. João I desalinhada do centro desta para melhor se enquadrar no remate da rua dos Fanqueiros; desviamos para a Rua de São Nicolau e da Vitória. Visitamos a igreja de São Nicolau, subimos à Rua da Madalena e ao Largo do Caldas para vermos o engenho da colagem da nova e velha rede viária. Voltamos à Rua do Crucifixo, via São Nicolau, e subimos até ao Chiado para notar que a intervenção não é plana. Descemos para ganhar de novo o eixo principal e entrar na monumental, ainda que geometricamente imperfeita, Praça do Comércio.
Local de partida
Teatro Nacional D. Maria II
Dia
brevemente
Horas
10h - 13h
Preço
25 €
A visita inclui:
- percurso de 3h (10h - 13h)
- áudioguias
- pausa para café + pastelaria portuguesa
- disponibilização de material (iconografia)
- visita ao arco da rua Augusta
Recomenda-se o uso de calçado e vestuário confortável.
Qualquer dúvida, não hesite em contactar-nos.
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Outras visitas guiadas...

O Bairro Alto - 16 de julho 2022
Bairro com um passado conturbado, áureo em meados do séc. XVI, com a chegada de famílias abastadas, a que se seguiu um longo período de declínio e degradação física e social, no pós-terramoto de 1755. Foi, assim, por muito tempo, bairro de reputação duvidosa alimentada por inúmeros prostíbulos legais, tabernas e casas de jogo, que se fundiam com a atividade das redações de jornais e tipografias. A chegada do regime de Salazar esforça-se por reprimir tais práticas. O bairro é, hoje, um espaço criativo e cultural por excelência, local de eleição da noite lisboeta.
A Almirante Reis
brevemente
Com origens num projeto apresentado pela Repartição Técnica da Câmara de Lisboa, em 1877, a Almirante Reis corresponde, em larga medida, ao traçado da antiga estrada de Sacavém, eixo que ligava a região saloia à zona oriental de Lisboa. Contemporânea do projeto das Avenidas Novas, esta apresenta contudo um caráter muito próprio, que se explica pelo período que atravessa a sua longa concretização: de finais do séc. XIX, com a abertura da Rua da Palma, aos anos 50 do séc. XX, com a conclusão da Praça do Areeiro. Conhecê-la é, por isso, descobrir meio século de planeamento urbano na capital portuguesa - de Ressano Garcia a Duarte Pacheco.

Alfama - brevemente
Bairro mais antigo da capital, de traçado pré-muçulmano, Alfama acolheu na Idade Média (1140-1498) residências nobres que coabitavam com o casario modesto de pescadores e trabalhadores do porto. Destruído quase na sua totalidade pelo terramoto de 1755, o bairro reconstruiu-se sem alterar o traçado das suas ruas. Terroir do fado, desde meados do séc. XVIII, este preserva hoje, ainda, a tipicidade e o charme de um bairro popular.
O bairro do Restelo
brevemente
1938. O Estado Novo prepara a realização da Exposição do Mundo Português, em Belém. Nessa grande operação de propaganda, importa enquadrar urbanisticamente a encosta, incumbindo tal missão a João Faria da Costa, que elabora o Plano de Urbanização da Encosta da Ajuda, vulgo Restelo. Este estabelece uma rede viária que acompanha a modulação do terreno sem descartar um eixo compositivo; procura acomodar uma ampla gama social; apresenta densidades baixas e lotes de tamanhos variados, e aposta no verde. A qualidade da intervenção tornam-na, hoje ainda, referência do planeamento urbanístico nacional.

O plano de Alvalade - 18 junho 2022
O agravamento das questões habitacionais leva o regime do Estado Novo, em 1938, a programar um denso aglomerado à ilharga do Campo Grande, cumprindo um plano delineado por Faria da Costa. Este reflete uma ideologia urbanística de cariz anglo-saxónico, e integra elementos da cidade-jardim e algumas concretizações já modernistas. O sucesso da sua implementação abriu caminho à produção de novos territórios urbanos, como Olivais, Chelas ou Telheiras.
O Parque das Nações
brevemente
A organização da Expo'98 culminou na renovação urbana da zona oriental de Lisboa, então área portuário-industrial altamente desqualificada, e abriu portas ao "Parque das Nações", uma nova centralidade, marcada pela diversidade dos serviços, equipamentos e por um parque habitacional de elevada qualidade. Inspirado na revitalização da Barcelona olímpica de 92, e nos processos de regeneração de frentes ribeirinhas (Waterfront), inovou na forma como entendeu o espaço público e a ligação da cidade ao rio, e integrou novidades várias, como o recurso a galerias técnicas.