VISITAS GUIADAS

O Bairro Alto
16 de julho de 2022 | 10h

Bairro com um passado conturbado, áureo em meados do séc. XVI, com a chegada de famílias abastadas, a que se seguiu um longo período de declínio e degradação, no pós-terramoto de 1755.  Foi, assim, por muito tempo, bairro de reputação duvidosa alimentada por inúmeros prostíbulos, tabernas e casas de jogo, que se fundiam com a atividade de redações de jornais e tipografias. O bairro é, hoje, um espaço criativo e cultural por excelência, local de eleição da noite lisboeta. 

O plano de Alvalade 
18 de junho de 2022 |
 10h

O agravamento das questões habitacionais leva o regime do Estado Novo, em 1938, a programar um denso aglomerado à ilharga do Campo Grande. Cumprindo um plano delineado por Faria da Costa, e promovido pela Federação das Caixas de Previdência - Habitações Económicas, este reflete uma ideologia urbanística de cariz anglo-saxónico, integra elementos da cidade-jardim e algumas concretizações já modernistas. A técnica urbanística do zonamento é, aí, perfeitamente aplicado. O sucesso da sua implementação abriu caminho à produção de novos territórios urbanos, como Olivais, Chelas ou Telheiras.     

A Almirante Reis 
brevemente

Com origens num projeto apresentado pela Repartição Técnica da Câmara de Lisboa, em 1877, a Almirante Reis corresponde, em larga medida, ao traçado da antiga estrada de Sacavém, eixo que ligava a região saloia à zona oriental de Lisboa. Contemporânea do projeto das Avenidas Novas, esta apresenta contudo um caráter muito próprio, que se explica pelo período que atravessa a sua longa concretização: de finais do séc. XIX, com a abertura da Rua da Palma, aos anos 50 do séc. XX, com a conclusão da Praça do Areeiro.  Conhecê-la é, por isso, descobrir meio século de planeamento urbano na capital portuguesa - de Ressano Garcia a Duarte Pacheco.

1 de Novembro de 1755. Um terramoto destrói a parte baixa da cidade e revela-se oportunidade de ouro para modernizá-la e torná-la compatível com os anseios de afirmação de um sistema político e económico moderno. Às ordens do déspota iluminado, Marquês de Pombal, o plano resulta da competência de Manuel da Maia, Eugénio dos Santos e Carlos Mardel e revela-se disruptivo ao inaugurar grandes novidades urbanísticas e arquitetónicas. 

1938. O Estado Novo prepara a realização da Exposição do Mundo Português, em Belém.  Nessa grande operação de propaganda, importa enquadrar urbanisticamente a encosta, incumbindo tal missão a João Faria da Costa, que elabora o Plano de Urbanização da Encosta da Ajuda, vulgo Restelo. Este estabelece uma rede viária que acompanha a modulação do terreno sem descartar um eixo compositivo; procura acomodar uma ampla gama social; apresenta densidades baixas e lotes de tamanhos variados, e aposta no verde. A qualidade da intervenção tornam-na, hoje ainda, referência do planeamento urbanístico nacional. 

Alfama
brevemente

Bairro mais antigo da capital, de traçado pré-muçulmano, Alfama acolheu na Idade Média (1140-1498) residências nobres que coabitavam com o casario modesto de pescadores e trabalhadores do porto. Destruído quase na sua totalidade pelo terramoto de 1755, o bairro reconstruiu-se sem alterar o traçado das suas ruas. Terroir do fado, desde meados do séc. XVIII, este preserva hoje, ainda, a tipicidade e o charme de um bairro popular. 

A organização da Expo'98 culminou na renovação urbana da zona oriental de Lisboa, então área portuário-industrial altamente desqualificada, e abriu portas ao "Parque das Nações", uma nova centralidade, marcada pela diversidade dos serviços, equipamentos e por um parque habitacional de elevada qualidade. Inspirado na revitalização da Barcelona olímpica de 92, e nos processos de regeneração de frentes ribeirinhas (Waterfront), inovou na forma como entendeu o espaço público e a ligação da cidade ao rio, e integrou novidades várias, como o recurso a galerias técnicas.